quinta-feira, 17 de maio de 2012

DELAS


Novo tratamento promete resultados de longa duração contra a celulite

Agência norte-americana de controle de medicamentos (FDA) diz que os resultados são de curto prazo. Tratamento ainda não está disponível no Brasil

NYT * 
Selina, de 53 anos, não queria se preocupar com suas coxas cheias de irregularidades antes de se casar, em junho. Então, quando escutou um apresentador do programa "The Doctors", da TV americana, dizer que um novo tratamento chamado Cellulaze consegue "eliminar a celulite", pagou 6.500 por ele. "O fato de que ele foi anunciado como uma solução permanente com certeza foi o que me convenceu", disse Selina, que obteve um desconto considerável por concordar em ser apresentada como exemplo em uma sessão de capacitação para médicos.
Thinkstock/Getty Images
Autorizado pela FDA, o Cellulaze afirma que a sua tecnologia a laser ataca todos os problemas responsáveis pela celulite
Em março, Selina fez caretas quando o Dr. Barry DiBernardo, cirurgião plástico de Montclair, New Jersey, injetou um líquido anestésico nas suas coxas, onde ele havia pintado uma espécie de jogo da velha: buraquinhos em vermelho e pontos mais salientes em verde. Depois de fazer algumas incisões minúsculas, DiBernardo passou um laser de disparo lateral com uma luz vermelha sob a pele de Selina em várias direções, enquanto outros cinco médicos assistiam. À medida que as suas células de gordura iam se rompendo, o equipamento fazia um som abafado, algo como um "pop-pop-pop", que de certa forma lembrava o chacoalhar de uma cascavel. Periodicamente, enquanto o laser queimava cada fibra conjuntiva que sujeitava a pele a um buraquinho, DiBernardo, pesquisador clínico, exclamava: "Ah, isso, esse foi bom, liberou bem".
Tratar de eliminar a celulite é há bastante tempo uma das batalhas de Sísifo encaradas pelas mulheres. Os métodos de tratamento anteriores, como os cremes com cafeína ou as massagens com terapia a laser (que por vezes chegam a custar milhares de dólares), conseguiam fazer com que a pele esburacada parecesse lisa. Mas tais correções sempre foram temporárias porque faziam pouco para combater a estrutura da celulite. E a lipoaspiração funciona em níveis mais profundos de gordura, e não apenas sob a pele, onde existe a celulite.
Agora, o Cellulaze, que requer apenas um atendimento médico, está sendo comemorado por muitos como uma solução genuína. Autorizado pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) em janeiro por haver mostrado eficácia após três meses, o Cellulaze afirma que a sua tecnologia a laser ataca todos os três problemas responsáveis pela celulite: a gordura saliente, a pele muito fina e o tecido conjuntivo que puxa a pele e forma os buraquinhos.

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Mais de 100 médicos já oferecem – ou estão se capacitando para oferecer – o tratamento, que atraiu a atenção de noticiários de TV de todo o país. Um programa matutino de Tampa, Flórida, inclusive entrevistou um médico enquanto ele tratava as coxas de uma mulher. A novidade foi destaque nas revistas Harper's Bazaar, Self e Marie Claire. No programa "Today", da NBC, o Dr. Bruce Katz, dermatologista e pesquisador clínico de Nova York, disse: "Acreditamos que se a celulite não voltar em dois anos, é provável que o resultado seja razoavelmente permanente".
iG apurou que a Cynosure, fabricante do Cellulaze, não solicitou a regulamentação do tratamento à Agência Nacional de Vigilância Santiária (Anvisa), logo o procedimento ainda não está disponível no Brasil. 
Muitos médicos estão promovendo o Cellulaze como uma solução de longa duração, e alguns dizem até mesmo que os resultados são permanentes, embora o único estudo publicado, no periódico Aesthetic Surgery Journal, em 2011, tenha envolvido apenas 10 pacientes, que apresentaram melhorias após um ano de tratamento. Tais afirmações são poderosas ferramentas de marketing para os médicos, que cobram de 2.500 a 5 mil dólares para ambas as nádegas ou coxas exteriores, e outros milhares por áreas adicionais. (A Cynosure, inclusive, sugere cobrar até 7 mil pela primeira área do tamanho de uma folha de papel de 20 por 27 centímetros.)
Contudo, a autorização da FDA determina que a Cynosure, fabricante de Cellulaze, "só pode fazer afirmações com base em nossa decisão sobre os dados obtidos em três meses", segundo Erica Jefferson, porta-voz da FDA, que acrescentou: "A indicação deveria ser para melhorias a curto prazo". A FDA não policia as alegações dos médicos que usam o tratamento.
O Cellulaze ainda não ganhou credibilidade no âmbito dos periódicos revisados por pareceristas, embora a empresa responsável alegue que vários estudos, alguns com acompanhamento de até três anos, estão sendo preparados para apresentação. O estudo do Aesthetic Surgery não é cego, o que significa que ele foi realizado e avaliado por DiBernardo. Ele é um dos cinco pesquisadores clínicos pagos e consultor de capacitação da Cynosure, que já treinou 70 médicos.
Hiroko Masuike/The New York Times
Linda Kiesel-Zabludovsky está satisfeita com o tratamento que fez em 2009 e diz que até hoje seus culotes estão livres da celulite
"Todas as informações importantes do estudo são objetivas", disse ele, acrescentando que as ultrassonografias mostraram que a pele ficou mais espessa, e também que um aparato para medir a elasticidade da pele indicou que a pele flácida ficou mais rígida.
"No fim de contas, não podemos nos basear em um estudo de escopo reduzido que não foi cego", disse a Dra. Molly Wanner, instrutora de dermatologia da Faculdade de Medicina de Harvard e autora de uma resenha, publicada em 2008, sobre as evidências de tratamentos contra a celulite. Recentemente, em uma conferência, DiBernardo apresentou dados cegos coletados ao longo de seis meses que "proporcionam mais evidências de que o Cellulaze pode ser um tratamento viável", disse ela.
O Dr. Z. Paul Lorenc, cirurgião plástico com 15 anos de experiência com tratamentos a laser, não está convencido de que as fibras conjuntivas destruídas pelo Cellulaze não vão se regenerar, criando morros e vales mais uma vez. "O júri ainda está deliberando", disse ele.
Os efeitos colaterais observados no estudo conduzido com 10 pacientes também fizeram Wanner refletir. "É bastante significativo ter três meses de desconforto prolongado, hematomas, inchaço e dormência", dependendo da gravidade, comentou ela. 
Porém, nada disso impediu Linda Kiesel-Zabludovsky, de 57 anos, proprietária de uma padaria por atacado que vive em Springfield, Nova Jersey, de tratar os culotes em março de 2009, sem qualquer custo, como parte da pesquisa de DiBernardo. Kiesel-Zabludovsky contou que ficou com "vários roxos", mas que se sentiu tão bem dias depois que até viajou para as Ilhas Virgens Britânicas para passar férias, mesmo tendo que vestir uma roupa elástica de compressão na praia. "Eu estava alegre por ter feito o tratamento", disse ela, explicando que a área tratada "está realmente lisa". "Ficou fabulosa", acrescentou.
E agora, três anos mais tarde? "Tão lisa quanto ficou após o procedimento", disse ela.
Por outro lado, Wanda Lamberty, de 41 anos, disse: "Eu não conseguiria passar pelo tratamento de novo". Em julho de 2010, ela recebeu o tratamento nas coxas gratuitamente, como parte de outro estudo, que aplicou mais do que o dobro da energia do laser. Dentro de uma semana, sua perna esquerda começou a reter muito líquido, uma complicação chamada de seroma. Ela teve de ser drenada a cada duas semanas durante meses. DiBernardo "colocava uma seringa na perna esquerda e retirava o líquido que estava se acumulando", disse Lamberty, que trabalha no Departamento de Veículos Motorizados perto de Helmetta, Nova Jersey. "Eu tinha que faltar ao trabalho para ir ao consultório."
Benjamin Norman/The New York Times
Wanda Lamberty, que fez o tratamento com Cellulaze em 2010, sofreu com acúmulo de líquido e até hoje tem hematomas e fendas nas pernas
Quatro meses depois de seus tratamentos com o Cellulaze, contou Lamberty, apareceram fendas na sua perna, parecendo buracos esculpidos por um descascador de batatas. Cerca de um ano e meio depois, as fendas permanecem, e a pele "ainda parece que está machucada", disse ela, acrescentando: "A gente vive com as consequências".
DiBernardo, que colocou esta repórter em contato com Lamberty, agora recomenda que as pacientes com celulite grave e pele flácida, como ela, não sejam tratadas apenas com Cellulaze, isso se forem ser tratadas. Os médicos que o aplicam aprendem a desenhar quadrados com marcadores na perna da paciente, o que ajuda a evitar a aplicação demasiada de laser em áreas aleatórias. (Selina disse que a dor pode chegar a um nível oito durante o procedimento, numa escala de zero a 10.)
"Se a aplicação for exagerada, a paciente pode apresentar um seroma", disse DiBernardo. (Os dados do FDA não apresentaram nenhum, acrescentou.)
A habilidade do médico é bastante importante. "Não se trata apenas de passar o laser sobre a pele intacta", disse DiBernardo. Um médico – de preferência um cirurgião plástico com experiência em lipoaspiração, disse ele – precisa ter "um senso tático do que está acontecendo e saber se é necessário fazer mais". --
Karen Cronholm, gerente sênior de produto da Cynosure, disse que a empresa vendeu o Cellulaze principalmente para cirurgiões plásticos. "E se eles não forem cirurgiões plásticos, têm que atender a certos requisitos", disse ela.
Porém, médicos com título em ginecologia e obstetrícia, medicina interna, medicina de família e oftalmologia também oferecem o tratamento, segundo o site do Cellulaze. De acordo com a Cynosure, eles são treinados e a experiência que têm com procedimentos como a lipoaspiração é investigada.
Michael Davin, diretor executivo da Cynosure, não quis dar entrevista, mas em um comunicado enviado por e-mail, a empresa disse: "Acreditamos que o Cellulaze será um sucesso comercial, um resultado direto de nosso foco – e investimento – no treinamento médico e na segurança do paciente".
Sem dúvida, se as pacientes ficarem satisfeitas, o tratamento pode vir a ser a galinha dos ovos de ouro da empresa. Carol, de 42 anos, ficou chocada com os preços após se consultar com dois médicos na região de Chicago. Um disse que cobraria 9.500 dólares para tratar a parte frontal, a externa e a traseira de suas coxas; o outro, Dr. Kenneth L. Stein, que tem título de cirurgião plástico, disse que cobraria 11.300 dólares.
Em março, ela perguntou a Stein quantas pacientes suas tinham se submetido ao procedimento. Ele respondeu: "Duas". (Ele disse que agora já tratou seis.) Mais tarde, horrorizada, Carol perguntou: "Eu vou desembolsar 11.300 dólares para ser a terceira?".
Em abril, ela voou para Nova Jersey com o propósito de ser atendida por DiBernardo, porque ele tinha "muita experiência". (Ele já recebeu algumas centenas de pacientes e, após um desconto de 1.000 dólares, cobrou 7,5 mil dólares de Carol porque ela também aceitou fazer parte de uma sessão de capacitação de médicos.)
Mas a celulite incomoda tanto algumas mulheres que elas talvez nem invistam tempo para comparar preços. "Esses médicos sabem que as mulheres vão pagar pelo tratamento", disse Carol, que ainda está inchada por causa do Cellulaze, mas segue com a esperança de um dia usar maiô. "É algo que envergonha as mulheres."
*Por Catherine Saint Louis


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Mortalidade materna caiu 47% nos últimos 20 anos, diz ONU

Mulheres ainda morrem vítimas de hemorragia após o parto, infecções, pressão alta durante a gravidez e aborto em condições perigosas

EFE  - Atualizada às 
Getty Images
Número de mulheres que morrem durante a gravidez ou no parto diminuiu
O número de mulheres que morrem durante a gravidez ou por complicações durante o parto caiu quase à metade nos últimos 20 anos, segundo os dados publicados nesta quarta-feira em um estudo das Nações Unidas.
Sob o nome de "Tendências da mortalidade materna", a ONU concluiu que houve 543 mil mortes deste tipo em 1990, número que passou para 287 mil em 2010, uma redução de 47%.
"O número de mulheres que morrem segue diminuindo, mas não podemos parar. Nosso trabalho deve continuar para que cada gravidez seja desejada e cada parto seja seguro", disse o diretor-executivo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Babatunde Osotimehin.
Apesar desse importante avanço, muitos países, particularmente localizados na África Subsaariana, não cumprirão a meta estipulada nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que contempla a redução da mortalidade materna em 75% até 2015.
Segundo o estudo, elaborado pelo UNFPA, o Fundo da ONU para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o índice mundial de mortalidade materna em 2010 ficou em 210 mortes por cada 100 mil nascimentos, enquanto esses países africanos registraram 500 falecimentos, a taxa mais alta no mundo.

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"Na África Subsaariana, a chance de uma mulher morrer durante a gravidez ou por complicações no parto é de 1 em 39, enquanto no sudeste asiático é de 1 em 290 e nos países desenvolvidos é de 1 em 3.800", indica o relatório.
O estudo mostra que 99% das mortes contabilizadas em 2010 ocorreram em países em vias de desenvolvimento, sendo um terço de todas elas em apenas dois países: Índia, com 56 mil (20%), e Nigéria, com 40 mil (14%).
A lista dos dez países com as taxas mais altas de mortalidade materna, sob os números de 2010, é completada por República Democrática do Congo (15 mil), Paquistão (12 mil), Sudão (10 mil), Indonésia (9,6 mil), Etiópia (9 mil), Tanzânia (8,5 mil), Bangladesh (7,2 mil) e Afeganistão (6,4 mil).
O relatório destaca, no entanto, que dez países conseguiram nos últimos anos cumprir com essa meta dos ODM, ao reduzir o índice em 75%: Belarus, Butão, Estônia, Guiné Equatorial, Irã, Lituânia, Maldivas, Nepal, Romênia e Vietnã.
O estudo assegura que uma mulher morre no mundo a cada dois minutos devido a complicações relacionadas com o parto ou a gravidez, e que as quatro principais causas de falecimento são: hemorragia após o parto, infecções, pressão alta durante a gravidez e aborto em condições perigosas.
"Sabemos exatamente o que é preciso fazer para prevenir mais mortes deste tipo: melhorar o acesso ao planejamento familiar voluntário, investir em parteiras e garantir o acesso a cuidados obstetrícios de emergência quando aparecerem as complicações", avaliou Osotimehin. 
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Mamadeira, chupeta e copo infantil: perigo nos primeiros passos

Lesões causadas por mamadeira, chupeta e copo antivazamento levaram mais de 45 mil crianças menores de 3 anos ao hospital nas últimas duas décadas, segundo estudo

NYT 
Thinkstock/Getty Images
Copos antivazamento tendem a machucar mais cabeça, pescoço e rosto
Para os bebês que estão apenas começando a se locomover sozinhos, andar ou correr enquanto carregando uma mamadeira, uma chupeta ou um copo antizavamento pode ser mais perigoso do que se imagina.
A partir de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, pesquisadores estimaram que lesões relacionadas ao uso destes produtos foram responsáveis por mais de 45.000 visitas de crianças menores de 3 anos ao pronto-socorro, entre 1991 e 2010. A maioria dos acidentes envolveu crianças com idades entre 1 e 2 anos que seguravam uma mamadeira quando caíram e cortaram a boca.
"Vários pais adaptam suas casas para a chegada dos bebês, mas nem sempre pensam na possibilidade de uma lesão causada por estes objetos", disse Sarah Keim, pesquisadora do Hospital Infantil Nationwide, em Columbus, Ohio, e principal autora do estudo.

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A Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda que os pais façam a transição da mamadeira para o copo quando a criança tiver de 12 a 15 meses de idade, para evitar problemas como cárie dentária. A AAP também recomenda que se retire a chupeta do bebê entre seis e 12 meses de idade. "Seguir essas recomendações pode também ajudar a reduzir ferimentos, mais uma razão para colocá-las em prática", disse Keim.
Veja o Guia do Bebê, com características e desafios de cada fase dos zero aos 12 meses 
No entanto, os riscos de acidente não vão necessariamente diminuir se os pais mantiverem os bebês longe de mamadeiras ou chupetas enquanto as crianças estão na idade recomendada, disse Mark Zonfrillo, pediatra do Hospital Infantil da Filadélfia. O estudo não foi projetado para testar esta possibilidade.
"As razões normais pelas quais recomendamos o desmame é que a mamadeira tem sido associada à ingestão excessiva de leite, deficiência de ferro e possíveis problemas com cáries", disse Zonfrillo.

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Os pais podem tomar medidas para evitar ferimentos com esses objetos, como ficar no mesmo cômodo com seus bebês quando eles começam a andar. O estudo será publicado na edição de junho da revista “Pediatrics”.
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A Academia Americana de Pediatria recomenda transição da mamadeira para o copo entre 12 e 15 meses de idade
Dados e metodologia
Para o estudo, Keim e seus colegas coletaram dados do Sistema Nacional de Vigilância Eletrônica de Lesões dos Estados Unidos, uma rede de cerca de 100 hospitais em todo o país que relatam lesões causadas por objetos de consumo. O sistema registrou 2.283 casos de lesão envolvendo mamadeiras, chupetas e copos com canudo em crianças menores de 3 anos entre 1991 e 2010.
A partir desse número, os pesquisadores estimam que havia 45,398 casos destas lesões em todo o país durante este período, ou 2.270 casos por ano, em média.
Dois terços das lesões foram em crianças entre um e dois anos. "É justamente a idade que as crianças começam a andar e correr e não são muito boas nisso ainda", disse Keim.
Cerca de 66% das lesões foram relacionadas com mamadeiras, e 86% envolviam queda.
Embora os pesquisadores não tenham conseguido determinar a sequência exata de eventos, “sugerimos que seria razoável supor que a criança estava caminhando ou correndo com um produto em sua boca ou perto de seu rosto e então tropeçou e caiu", disse Keim.
Não está claro o motivo de mamadeiras causarem mais lesões do que chupetas ou copos com canudos, Keim disse. "As mamadeiras poderiam ser potencialmente mais perigosas ou as crianças estão utilizando-as mais do que os outros produtos."
Lesões relacionadas à chupeta somaram cerca de 20% dos casos. Elas ocorreram mais frequentemente em crianças menores de um ano e costumam levar a hematomas e danos dentários. Copos antivazamento, mais comuns nas ocorrências entre crianças maiores de dois anos, tendem a machucar mais a cabeça, pescoço e rosto.
Os autores aconselham os pais a materem seus filhos sentados enquanto eles estiverem ingerindo líquidos. 

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Fotos da gravidez: como registrar a gestação

Fotógrafos ensinam a fazer ensaio dos nove meses sem cair no lugar comum. Leia dicas e inspire-se com as ideias

Renata Losso - especial para o iG São Paulo
Montar o berço e deixar a babá eletrônica a postos são alguns dos preparativos clássicos dos últimos meses de gestação. Mas hoje em dia a lista ganha mais um item: registrar o momento. Em uma das fases mais bonitas da vida da mulher, o barrigão pode e deve ganhar a atenção das câmeras, mas você sabe como fazer um álbum cheio de fotos criativas sem usar o batom na barriga como acessório principal? Com a ajuda de quatro fotógrafos, listamos as dicas essenciais sobre o tema (veja galeria ao final da página).
Danilo Siqueira
Valorizar a barriga da grávida sem esquecer de outros elementos é uma das dicas para fazer boas fotos da gravidez
Quando fazer?
O ideal, de acordo com o fotógrafo Danilo Siqueira, é fazer o ensaio entre o sétimo e o oitavo mês de gravidez. É quando a barriga da gestante já está bem evidente e ainda há disposição – o que muitas vezes falta no nono mês. Também é no último mês que o inchaço pode ficar maior e comprometer o resultado. Portanto, não espere demais.
O fotógrafo Vinícius Matos indica fotografar antes do sétimo mês para não correr riscos, mas tudo dependerá da modelo: “A própria gestante já sabe se está na melhor hora ou não”.
O registro também pode ser dividido em fases para registrar a evolução da barriga.

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Danilo Siqueira
Andrea e a família à espera de Antônio: ângulos pouco explorados valorizam a silhueta da gestante
Onde fazer?
De acordo com o fotógrafo Alex Drobnicki, vale tentar fugir dos estúdios de fotografia. “Faça em um parque, em um restaurante ou na própria casa. Os lugares podem deixar as fotos mais ricas do que se fossem feitas em um estúdio”, comenta.
Ir a um lugar que tenha a ver com a vida do casal pode dar um toque a mais. Alex já fotografou casais em lugares inusitados, como no Mercado Municipal de São Paulo e em uma fazenda de café no interior do Estado. Mas analise a locação com cuidado. “Algumas ideias podem parecer legais, mas nem sempre funcionam. Fotografar em locais com muita gente, por exemplo, pode deixar o casal travado”, comenta Vinicius Matos. 
Qual o horário ideal?
As melhores fotos em áreas externas são feitas bem no começo ou ao final do dia, em momentos em que a luz natural está mais amena. De acordo com Alex, o sol forte pode marcar embaixo dos olhos ou do queixo, além de obrigar os fotografados a ficar de olhos semicerrados. 
Locações externas também pedem paciência e cuidado com o movimento ao redor. “Às vezes o ambiente e o clima estão legais, mas tem uma criança tomando um sorvete atrás do casal – isso pode estragar tudo”. 

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Vinicius Matos
Dá para fugir da foto do sapatinho na barriga variando o contexto e incluindo elementos da personalidade dos pais
O que usar?
Além do cenário, objetos do cotidiano do casal também podem enriquecer as fotografias. Se os pais gostam de cozinhar, por que não incluir utensílios da cozinha no ensaio? Um rolo de macarrão ou dois hashis, os famosos pauzinhos da culinária oriental, dão às fotos um toque de humor e criatividade. 
Danilo comenta que roupinhas e brinquedos do bebê também são bem-vindos para o ensaio, mas é preciso tomar cuidado para não cair no velho clichê. “Já estamos um pouco cansados de fotos com os sapatinhos do bebê sobre a barriga, o interessante é procurar inovar”. 
O figurino também é um item importante. Esqueça o preto, que disfarça a barriga. Escolha roupas leves e, se possível, que marquem a silhueta. A barriga não precisa estar de fora: tudo depende do quão confortável a mãe está se sentindo. O importante é que elas se sintam à vontade.

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Como fazer?
Para as fotos transmitirem um ar de espontaneidade, não há segredo: é preciso ser espontâneo de verdade. Para a fotógrafa Erika Verginelli, o principal é estar no clima de fazer o ensaio: “É um ingrediente infalível para fotos criativas e bem humoradas”. 
De acordo com Erika, confiar em quem está fotografando traz resultados lindos. Mas há alguns ângulos que favorecem – e outros não. 
Alex recomenda evitar fotografar a gestante bem de frente. “O ângulo acaba desfavorecendo porque não mostra as curvas da barriga”, afirma. A futura mãe deve ficar sempre ao menos um pouquinho de lado.

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Explorar o cenário além da barriga é outra dica para fotografar a gestação. Foto: Vinicius Matos
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Alemã ícone do feminismo é reconhecida como santa pelo papa

Freira Hildegard von Bingen, que viveu no século 12, é admirada por feministas por ter se imposto como intelectual em plena Idade Média e por quebrar padrões da época

Ricardo Donisete (iG São Paulo)  - Atualizada às 
Apesar da fama de conservador, o Papa Bento XVI acabou de reconhecer a santidade de uma freira alemã que foge completamente do padrões femininos da sua época e cujo caráter polêmico tornou-a fonte de inspiração para as mais modernas feministas. Hildegard von Bingen, que viveu no século 12, já era reverenciada como santa e venerada por muitos católicos, principalmente na Alemanha, mas sua canonização só foi oficializada no último dia 10.
Reprodução
A figura de Santa Hildegard von Bingen é representada em diversos quadros religiosos
Bento XVI já vinha dando sinais do seu apreço pela figura de Hildegard há algum tempo. Foi a descrição de uma das visões da freira alemã que o sumo pontífice escolheu para condenar a conduta dos padres acusados de abuso sexual, na sua mensagem de Natal* para os religiosos do mundo todo, em 2010.
Para Bento XVI, "Na visão de Santa Hildegarda, o rosto da Igreja está coberto de pó, e foi assim que nós o vimos. O seu vestido está rasgado, por culpa dos sacerdotes".
Hildegard von Bingen não é só mais uma santa da Igreja Católica. É a primeira mulher que a Igreja Católica inclui na categoria de 'profeta", o que vai colocá-la na lista dos santos que devem ser cultuados pelos católicos em todo o mundo.
De acordo com a agência de notícias Religion News Service, Bento XVI deve elevar ainda mais o status da sua compatriota, que morreu em 1179. O papa estuda incluir Hildergard no seleto grupo de “doutores da igreja”, que congrega os santos que, além da santidade, contribuíram com textos e pregações para a formação e o enaltecimento do cristianismo. São Tomás de Aquino e Santo Antônio de Pádua, por exemplo, fazem parte desta categoria. Apenas outras três mulheres mereceram a honraria: Santa Teresa de Ávila, Santa Catarina de Siena e Santa Teresa de Lisieux.
A decisão do Vaticano joga luz sobre a trajetória de uma mulher que viveu à frente de seu tempo e que teve uma atividade intelectual extraordinária, em plena Idade Média. A lista de suas ocupações já é admirável. Hildegard foi pintora, dramaturga, compositora, teóloga, escritora, pregadora e monja beneditina.
Divulgação
O filme alemão “Visão: Da Vida de Hildegard de Bingen” (2009) retratou a intensa vida da religiosa alemã
Além disso, Hildegard ainda atuava informalmente como médica. Textos dela sobre ciências naturais e medicina até hoje são citados em trabalhos acadêmicos que tratam destes temas. A freira ainda foi pioneira na sistematização do uso de algumas ervas medicinais.
A Santa feminista                                                                                                                            
Hildegard é admirada pelas feministas por ter conseguido se impor intelectualmente num período em que as opiniões das mulheres não eram pedidas e nem sequer consideradas, tanto dentro quanto fora da igreja. A alemã aproveitava o isolamento das celas (quartos) dos conventos em que viveu, para estudar e escrever. Muitos dos seus escritos eram ilustrados por ela própria.
Impressionado com os textos religiosos da alemã, o papa Eugenius III foi responsável por dar visibilidade às ideias da freira, que também provocava polêmica ao combater os privilégios dos clérigos. Eugenius também reconheceu como verdadeiras as visões que Hildegard tinha e permitiu que ela pregasse em público. Hildegard tornava-se assim uma mulher com uma estatura absolutamente incomum na sua época.
Nessa posição inédita, ela ousou ao criticar publicamente governos e autoridades religiosas. Sua postura atuante chamou a atenção de muitas estudiosas modernas do feminismo, como a teóloga americana Rosemary Radford Ruether, que chamava Hildegard de “feminista cristã”.
Freira, visionária, clarividente 
Divulgação
Cartaz usado na Espanha para divulgar a cinebiografia de Hildegard
Os historiadores não chegaram a um consenso para descobrir em que circunstâncias Hildegard foi para o convento.
Mas uma das versões mais conhecidas conta que, aos oito anos de idade, ela foi "doada como dízimo" à igreja por ser a décima filha do casal Hildebert e Mechtild, que eram membros da pequena nobreza da cidade alemã de Bermershein.
Também é possível que ela tenha sido mandada para o convento por causa das visões que tinha desde a infância e que ela tentava esconder com medo da reação dos familiares.
Aos 16 anos, segundo relatos, Hildegard teria feito seus votos definitivos como freira. Até a sua morte, aos 81, ela foi ativa nas pregações religiosas e na sua atividade intelectual. 
Entre todas atividades da freira, o lado compositora dela é o que mais se destaca nos dias atuais. Seu trabalho na área ainda é muito respeitado entre os admiradores da música clássica e sacra.
O álbum "Vision: The Music of Hildegard von Bingen", lançado em 1994, como versões das canções da alemã, chegou ficar dezesseis semanas no topo parada da categoria de música clássica crossover da revista Billboard. 
Em 2009, a produção alemã “Visão: Da Vida de Hildegarda de Bingen” retratou toda essa intensa vida da religiosa, com a atriz alemã Barbara Sukowa representando-a no filme. 
*Veja um trecho do discurso do Papa Bento XVI inspirado em Hildegard von Bingen:
«No ano de 1170 depois do nascimento de Cristo, estive durante longo tempo doente na cama. Então, física e mentalmente acordada, vi uma mulher de uma beleza tal que a mente humana não é capaz de compreender. A sua figura erguia-se da terra até ao céu. O seu rosto brilhava com um esplendor sublime. O seu olhar estava voltado para o céu. Trajava um vestido luminoso e fulgurante de seda branca e uma manto guarnecido de pedras preciosas. Nos pés, calçava sapatos de ónix. Mas o seu rosto estava salpicado de pó, o seu vestido estava rasgado do lado direito. Também o manto perdera a sua beleza singular e os seus sapatos estavam sujos por cima. Com voz alta e pesarosa, a mulher gritou para o céu: “Escuta, ó céu: o meu rosto está manchado! Aflige-te, ó terra: o meu vestido está rasgado! Treme, ó abismo: os meus sapatos estão sujos!”

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Ensinamos passo a passo como fazer quatro itens de decoração para o seu casamento

Giovanna Tavares - iG São Paulo
O espírito dos casamentos “do it yourself” - abreviado em DIY - é reunir a família e os amigos em torno dos preparativos para a festa. Embora no Brasil a prática seja pouco difundida, botar a mão na massa antes da cerimônia alivia não só o bolso, mas também a cabeça da noiva, tão cheia de planos e expectativas. E o resultado ainda fica um charme: bem ambientados, os itens ganham os ares daqueles casamento que vemos em blogs americanos.
Edu Cesar/Fotoarena
Itens são fáceis de se fazer e deixam a decoração mais personalizada
Sandra Pessini e Elodie Pérignon, sócias do site de listas de casamento ListaPerfeita e curadoras do evento Quer Casar com Estilo?, sugeriram alguns itens para decorar a festa: pompons decorativos, tags de mesa, bandeirinhas de papel e bandeiras de tecido. Confira as quatro ideias de adereços fáceis de fazer e personalize o seu casamento.
Edu Cesar/Fotoarena
Bandeirinhas de tecido para decorar o casamento
 







Edu Cesar/Fotoarena
Tags de mesa para decorar o casamento


Edu Cesar/Fotoarena
Pompons decorativos para casamento







Edu Cesar/Fotoarena
Bandeirinhas de papel para decorar o casamento







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