sexta-feira, 18 de maio de 2012


Três xícaras de café ao dia reduzem risco de morte na maturidade, diz estudo

Constatação foi feita com base no estudo de adultos entre 50 e 71 anos por mais de uma década

AFP 
Foto: Thinkstock/Getty ImagesCafé: pesquisa mostrou que o consumo diário de 3 xícaras reduz risco de morrer na maturidade
Adultos de 50 a 71 anos que bebem pelo menos três xícaras de café por dia podem reduzir o risco de morrer em 10% com relação àqueles que não consomem a bebida, revelou um estudo do Instituto Nacional do Câncer (NCI), dos Estados Unidos, publicado nesta quarta-feira.
A pesquisa foi feita com base em um questionário aplicado a um grupo de 400 pessoas que estavam nesta faixa etária entre 1995 e 1996. Os participantes foram acompanhados até 31 de dezembro de 2008.
Os resultados, divulgados na revista médica New England Journal of Medicine (NEJM), demonstraram que as pessoas que consumiram, em média, três xícaras de café por dia, normal ou descafeinado, tiveram menos risco de morrer de doenças cardiovasculares e respiratórias, AVC, ferimentos, acidentes, diabetes e infecção do que as pessoas que não ingeriram a bebida.
Os cientistas, contudo, notaram um aumento muito sutil no risco de câncer entre os homens que consumiram muito café. Ao contrário, entre as mulheres não foi constatado um vínculo direto entre o fato de beber café e mortes por câncer.
Para não haver falsos resultados, os autores da pesquisa também levaram em conta outros fatores de mortalidade, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.
No entanto, alertaram para o fato de que não podem afirmar com certeza, em termos científicos, que o consumo do café prolongaria a vida.
"O café é a bebida mais consumida na América, mas o vínculo entre este consumo e o risco de morte não está claro", afirmou o doutor Neal Freedman, da divisão de epidemiologia de câncer e genética do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, principal autor da pesquisa.
"Nós descobrimos que o consumo de café estava ligado a um risco menor de mortalidade em geral", acrescentou.
"Ainda que não possamos concluir a existência de uma relação de causa e efeito entre beber café e um risco menor de morte, pensamos que estes resultados dão certas garantias ao fato de que a bebida não faz mal à saúde", acrescentou o doutor Freedman.
Os cientistas destacaram, ainda, que os hábitos de consumo do café na residência dos participantes foram estimados com base em um questionário sobre um período determinado. Sendo assim, não refletem atitudes de longo prazo.
Argumentaram igualmente que não obtiveram informações sobre o preparo do café (expresso, filtrado, etc) e, portanto, sobre os efeitos protetores da bebida com base nos níveis dos ingredientes utilizados.
"O mecanismo pelo qual o café reduziria a mortalidade não está claro porque esta bebida contém mais de mil substâncias diferentes que podem, potencialmente, afetar a saúde", explicou o doutor Freedman.
"Entre estas substâncias, a cafeína é a mais estudada, mas nesta pesquisa os efeitos protetores foram os mesmos, inclusive entre os bebedores de café descafeinado", revelou.
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Menina tem tumor do tamanho de bola de futebol removido do abdome

Câncer nessa região é raro e impedia garota de se desenvolver normalmente

BBC 
selo
Foto: Arquivo pessoalEliana Mann ao lado da mãe, Tara, comemorando o aniversário
Uma menina britânica de dez anos de idade teve um tumor de três quilos - do tamanho de uma pequena bola de futebol - removido de seu abdômen. 

A mãe de Eliana Mann, Tara, disse que a vida da menina foi transformada pela complexa operação, realizada no Hospital Infantil de Great Ormond Street, em Londres. 

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Apesar de ser benigno, o câncer poderia ser fatal se continuasse a crescer. "Se ela não tivesse o tumor removido, ele acabaria crescendo, crescendo e crescendo e acabaria a matando simplesmente devido a seu tamanho", disse Tara à BBC. 

"Não tínhamos muita opção. Foi uma operação vital." 

Sintomas 

Os primeiros indícios de que alguma coisa não ia bem apareceram no verão de 2009. Eliana não estava se desenvolvendo de forma normal: seus pés não cresciam havia dois anos, ela não se alimentava bem e estava cansada o tempo todo. Seu pai, Paul, achou que a barriga da menina estava dura demais. O médico concordou e pediu exames. 
Quando o enorme tumor benigno foi descoberto, os médicos tentaram reduzi-lo com quimioterapia, mas após um ano e meio de tratamento, ele ainda estava aumentando de tamanho. 

'Caso raro' 

Em julho de 2011, foi tomada a decisão de remover o tumor. "Este tipo de tumor nesta localização é muito raro. Vemos menos de um por ano no Great Ormond Street Hospital", disse o cirurgião Edward Kiely. Havia uma chance em dez de que a operação não desse certo. Foram nove horas de cirurgia e diversos pedaços de tumor foram retirados, o maior deles pesando três quilos. 

Em setembro, Eliana voltou para a escola e, segundo a mãe, ela é uma nova criança. "Ela está crescendo, ganhou peso, tem muita energia. Ela luta boxe, joga netball e faz natação", conta Tara. A história de Eliana foi tema de um documentário que vai ao ar no canal BBC2, na Grã-Bretanha, na noite desta terça-feira.
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“A maternidade me salvou”

Márcia Barros descobriu a gravidez e o câncer de mama ao mesmo tempo e conta sobre essa dupla experiência

Fernanda Aranda, iG São Paulo  - Atualizada às 
Foto: Edu Cesar/FotoarenaMárcia enfrentou a gravidez e o câncer de mama de forma simultânea
Os meses da gravidez não foram contados em semanas, como as mulheres costumam fazer, e sim em ciclos de quimioterapia.
Enquanto o bebê crescia no ventre, Márcia Silva Barros explicava – em conversas sinceras com aquela barriga – que toda a química que circulava no seu sangue a cada três semanas (e podia incomodar o bebê dentro do útero) era parte de um tratamento agressivo, mas essencial para a sobrevivência de ambos.
“Pedia desculpa ao meu filho. Ele nem tinha nascido e já precisava conviver com a problemática docâncer de mama . Vivi a doença e a gestação ao mesmo tempo”, diz Márcia sobre a experiência enfrentada há quatro anos, quando ela tinha 36.
“Com toda certeza, posso afirmar: a maternidade me salvou.”
Passar por uma gestação e por um problema de saúde grave como o câncer impõe mais desafios aopré-natal , pode restringir as opções terapêuticas da paciente e aumentar os riscos de morte da mulher. Porém há um efeito positivo ainda não medido pela ciência.
A gravidez, afirmam especialistas e quem passou por esta situação, pode ser um estímulo maior para a adesão ao tratamento e fonte de força para o caminho emdireção à cura.
No caso da dependência química, por exemplo, os psiquiatras que recebem as mulheres que querem colocar um fim no vício afirmam que, quando grávidas, elas podem reagir melhor à síndrome de abstinência típica dos primeiros dias sem drogas.
Entre as mulheres com aids – e que querem engravidar de forma segura (veja como é possível) – também é percebido entre os infectologistas um comprometimento maior com a terapêutica, que pode trazer efeitos colaterais e envolve tomar mais de dez medicamentos por dia.
Alternativas
Isso não significa, entretanto, que a gestação sempre é segura ou recomendada, em especial em casos de doenças crônicas como o câncer . A legislação brasileira, inclusive, permite a interrupção da gravidez quando a probabilidade de morte da grávida é grande.
Nestes casos, decidir continuar o curso da gestação simultaneamente à doença é uma decisão que compete à mulher, sempre respaldada pelas informações dos médicos que a atendem. Márcia foi informada sobre todos os riscos.
“E não eram poucos. Meu marido ficou apavorado. Minha mãe não dormia mais”, lembra.
Mas ela decidiu continuar grávida mesmo após a detecção de um tumor maligno no seio direito, já espalhado para a axila, porque “teve a sorte de ser atendida em um centro especializado”, afirma ela.
O câncer de mama, que só em 2012 deve fazer 52 mil novas vítimas de acordo com as projeções do Instituto Nacional do Câncer (Inca), é a quinta causa de morte das mulheres férteis (entre 10 e 49 anos), conforme mapeou o Ministério da Saúde.
O excesso de casos – e o fato de uma parte significativa deles afetar pacientes que já estão grávidas ou ainda podem sonhar serem mães um dia – fez com que a medicina procurasse alternativas. Para as que ainda não estão gestantes no decorrer do tratamento, mas desejam engravidar no futuro, ocongelamento de óvulos despontou como um dos caminhos possíveis.
Já para grávidas que descobrem o câncer, a conduta é quimioterapia mais direcionada, a radioterapia específica e um acompanhamento minucioso. Foi o prescrito para Márcia, exatamente no dia em que foi fazer o ultrassom para descobrir o sexo do bebê que, naquela data, completava 9 semanas.
Ciclos
mamografia não fazia parte dos exames de pré-natal. Márcia já tinha um filho de 12 anos e ensaiava uma segunda gravidez havia tempos. Antes mesmo do teste de farmácia dar positivo, ela tratou de ficar em dia com a saúde.
Como tinha 36 anos, nenhum caso de câncer de mama na família, não fumava e não bebia, Márcia não estava no grupo que tem a necessidade de fazer o exame mais eficaz para detectar o câncer de mama. Mas a intuição, acredita, fez com que pedisse ao médico para ser submetida a uma mamografia.
“Foi aí que os problemas com o meu plano de saúde começaram. Não conseguia consulta, não conseguia agendar o procedimento, fiquei em uma fila de espera gigante e engravidei neste meio tempo. Comecei o pré-natal no serviço público e, na terceira consulta, a médica achou que a minha mama estava estranha. Sentia uma ardência e, do dia para a noite, o bico do peito ficou invertido. Fiz a mamografia já nessa condição. E no dia do ultrassom gestacional, perto dos dois meses de gravidez, fiquei sabendo que estava grávida de um menino e que tinha câncer de mama.”
Márcia foi encaminhada para o Hospital das Clínicas de São Paulo. Na unidade, passou a ser atendida por um obstetra que já conduzia o atendimento de outras oito gestantes que também tinham câncer.
“Eu teria a opção de interromper a gestação por causa dos riscos. Mas já tinha ouvido os batimentos cardíacos do nenê, imaginava como era o rosto dele. Decidi seguir em frente. A doença me enchia de tristeza. Mas a gravidez me dava alegria em dobro.”
Márcia, de forma imediata, precisou fazer uma cirurgia para a retirada total da mama doente. “Poderia fazer a reconstrução do seio na mesma operação. Mas sabia que isso prolongaria o tempo do procedimento cirúrgico e estressaria mais o bebê. Então, optei ficar com a mama mutilada.”
Foto: Edu Cesar/FotoarenaO caçula sobreviveu e no aniverário dele de um ano, Márcia estava curada do câncer. De lá pra cá, já foram mais 3festas. O menino adora palhaços. "Ele é a alegria"
Como o curso da gestação estava misturado ao tratamento do câncer, ela passou a usar um calendário só para as duas experiências.
“E decidi não contar para ninguém que tinha câncer de mama. A gravidez era a minha maior felicidade. Então, quando encontrava as pessoas, queria falar sobre o meu filho, não sobre a doença”, explica.
“Comprei uma peruca exatamente como era o meu cabelo. Dizia que o inchaço era por causa da comida em excesso e dos desejos. Vivi os nove meses com uma meta. Preservar o bebê que estava dentro de mim e ficar forte para cuidar do meu mais velho que só sonhava em ter um irmão.”
Na sua folhinha sigilosa, Márcia sabia que a 13ª semana de gestação coincidia com o primeiro ciclo de quimioterapia. Na 16ª semana, faria o segundo ciclo. Vinte um dias antes de parir, o último. Dito e feito. A bolsa estourou dias depois da última quimioterapia. E o tratamento do câncer continuou intercalando a experiência de ser mãe pela segunda vez.
“Quando meu bebê completou um mês, começaram os ciclos de radioterapia. Eu tirei forças para enfrentar as 21 sessões que me foram prescritas fazendo as contas. Quando chegasse a última, meu caçula estaria com um ano. Tinha de estar forte para fazer a festinha de aniversário dele.”
Nome ao caçula
No aniversário de um ano do caçula, o câncer de mama deixou de fazer parte desta história. Atrás da mesa do bolo, Márcia puxou os parabéns. Ao lado dela, estava Lincown, o mais velho, nome dado por causa de um homem bonito que a irmã conheceu na adolescência. No colo, ela segurava Waldemir, batismo em homenagem ao médico que permitiu a gravidez – contada em ciclos de "quimio" e "radio" – ter um final feliz.
Márcia participou do documentário Mulheres de Peito que deve ser lançado em breve. 
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Injeção de testosterona pode ajudar homens a perder peso

Especialistas, no entanto, ainda enxergam estudo com cautela e alertam para os perigos da aplicação do hormônio

AFP 
Foto: Getty ImagesEles podem perder peso com "reposição hormonal"
Homens mais velhos com níveis baixos de testosterona podem perder peso tomando suplementos de hormônio masculino, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira.

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Injeções de testosterona aplicadas ao longo de cinco anos em um grupo de teste formado por 115 homens de 61 anos, com produção insuficiente de testosterona, permitiram uma perda média de 16 quilos, revelou o estudo apresentado durante o Congresso Europeu de Obesidade em Lyon, França.
Em média, a circunferência abdominal caiu de 107 para 98 centímetros.
"Aumentar a testosterona para níveis normais reduziu o peso corporal, a circunferência abdominal e a pressão sanguínea, além de melhorar os perfis metabólicos", ressaltou um comunicado sobre a pesquisa, chefiada por Farid Saad, da gigante farmacêutica alemã, Bayer Pharma.
As melhorias foram progressivas ao longo dos cinco anos de realização do estudo.
"Níveis de testosterona aumentados melhoram a energia e a motivação para se fazer exercícios físicos e movimentos em geral; a testosterona também aumenta a massa corporal magra, dando mais energia aos pacientes", destacou o comunicado.
Ao comentar o estudo, Sanjay Kinra, especialista em obesidade e pesquisador da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, pediu cautela.
"É bem possível que um medicamento que melhora o humor de pessoas de meia idade ao longo de um período de tempo provavelmente as torne mais ativas e as ajude a perder um pouco de peso, mas a testosterona é uma droga séria e traz sérios efeitos para a saúde", afirmou à AFP.
A testosterona, hormônio esteróide secretado pelos testículos do homem e, em menor quantidade, pelos ovários da mulher, afeta o desenvolvimento cerebral e o comportamento sexual, e tem sido vinculado por alguns pesquisadores ao câncer de próstata e a doenças cardíacas .
Kinra explicou haver "centenas de coisas lá fora" que poderiam fazer as pessoas perderem peso em curto prazo, mas apenas uma mudança no estilo de vida asseguraria que se mantenham magras.
"Como tratamento em massa para a obesidade, ela (a testosterona) não é significativa porque não se trocaria o risco de desenvolver câncer de próstata ou doença cardíaca por um pouco de perda de peso, que não será duradoura de qualquer forma, e só se manterá no período em que se estiver tomando testosterona", acrescentou.
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Célula-tronco pode proteger pacientes de efeitos da quimioterapia

Técnica testada por cientistas em três pacientes permitiu sobrevida 12 meses a mais do que os pacientes convencionais

BBC  - Atualizada às 
selo
Cientistas nos Estados Unidos acreditam que pode ser possível usar um "escudo" de células-tronco para proteger pacientes de câncer dos efeitos colaterais da quimioterapia. O tratamento destrói células cancerosas, que se dividem rapidamente, mas também podem afetar outros tecidos saudáveis, como a medula óssea ou células sanguíneas, aumentando o risco de infecção e causando falta de ar e cansaço.
Na nova pesquisa do Fred Hutchinson Cancer Research Center, publicada na revista científica Science Translational Medicine, células-tronco da medula óssea de pacientes com tumores cerebrais foram retiradas e modificadas com um gene resistente à quimioterapia. 

As células foram então injetadas novamente no sangue dos pacientes. "Este tratamento é análogo a disparar contra as células cancerígenas e as células da medula óssea, mas dando às da medula óssea um escudo protetor, enquanto se deixa o tumor desprotegido", disse a pesquisadora Jennifer Adair. 

Sobrevida maior 

O principal autor do estudo, Hans-Peter Kiem, disse que os resultados dos testes com três pacientes foram muito positivos. "Concluímos que os pacientes foram capazes de tolerar melhor a quimioterapia, sem efeitos negativos, depois da transplantação das células-tronco modificadas na comparação com pacientes em estudos anteriores, que receberam o mesmo tipo de quimioterapia, mas sem receber as células-tronco modificadas", afirmou ele. 

De acordo com os pesquisadores, todos os três pacientes viveram mais que a média de 12 meses de sobrevida prevista para esse tipo terminal de câncer (glioblastoma) e um deles ainda estava vivo 34 meses após o tratamento. 

A cientista da ONG Cancer Research UK Susan Short disse que o estudo americano traz uma abordagem completamente nova à proteção de células normais durante o tratamento de câncer. "Ainda é necessário conduzir testes com mais pacientes, mas pode ser que possamos usar quimioterapia para mais pacientes sofrendo de câncer de cérebro do que imaginávamos anteriormente." "Esta abordagem também pode ser um modelo para outras situações em que a medula óssea é afetada por tratamentos contra o câncer."
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Buraco quente é sanduíche simples que vale por uma refeição

Conheça os truques para variar o recheio e não deixar o caldo entornar

Roberta Malta, iG São Paulo 
Foto: DivulgaçãoO buraco quente do bar Original, em São Paulo, é feito com carne bovina e lombo moídos
Receita das mais populares, o buraco quente vale por uma refeição. Nos botecos brasileiros, o mais comum é encontrar o sanduíche de pão francês sem miolo recheado de carne moída. Mas esse quitute permite mil e uma variações.
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A cozinheira Kátia Mello costuma organizar festas temáticas e garante: “a mais legal é a do buraco quente”. Na ocasião, ela prepara, além da tradicional carne moída, refogados de calabresa e frango com Catupiry. “Mas dá para inventar o que quiser: pernil, peixe e até um vegetariano, de cebola e pimentão.” Para isso, basta seguir a receita básica. “Refogar o ingrediente eleito já moído em azeite, cebola e alho, acrescentar tomate picadinho e deixar desmanchar”, diz Kátia. O toque final fica a cargo do cheiro verde fresco. Para facilitar o serviço, ela já deixa os pães “furados com os dedos” e uma bandeja com queijo prato fatiado por perto. “Minha sugestão é fazer um rolinho com o queijo e acomodá-lo no pãozinho”, diz. O recheio quente faz a sua parte e derrete o laticínio.
Hugo Cabral Filho, do paulistano Botequim do Hugo, tem receita parecida, só que acrescenta o queijo ao preparo para deixar a mistura cremosa. “O cliente escolhe se quer gorgonzola ou prato”, diz. Desde que entrou no cardápio do bar, onde já funcionou a mercearia de seu avô, o buraco quente virou carro-chefe da casa. “O pão vem quentinho, crocante e não pinga”, diz a agente de viagens Camila Arakaki, que vai ao bar só para comer o sanduíche.
Foto: DivulgaçãoNo paulistano Botequim do Hugo apenas uma das extremidades do pão é cortada
Está aí um detalhe importante: a única coisa que pode dar errado nessa receita é o recheio encharcar o pão e deixar a casquinha mole. Mas calma.

Há maneiras de evitar isso. A primeira é, mesmo que o refogado não esteja muito consistente, deixar o caldo escorrer na borda da panela antes de montar o sanduíche. 

Depois, é prestar atenção nas extremidades do pão. Hugo corta apenas um dos lados, uma das pontas. Mas quem preferir servir o sanduíche em pé no prato, tem que tirar os dois bicos e seguir outro truque: “ajeitar o miolo com a colher, empurrando-o para o fundo”, diz Éderson Emílio Pereira, gerente de gastronomia da Companhia Tradicional do Comércio – grupo proprietário dos bares Pirajá, Astor, Bottagallo entre outros.
Assim, ele forma uma base mais grossa e não deixa o recheio vazar. A receita encontrada noOriginal, em São Paulo, também é de dar água na boca. “Nossa versão não leva só carne moída, mas um pouco de lombo para dar mais sabor e mussarela de búfala, que garante cremosidade ao preparo.”

A última anotação é utilizar, para rechear o pão, uma colher que se ajuste ao tamanho do buraco formado. Caso contrário, o pãozinho vai transbordar e sua mão é que vai ficar para lá de quente.
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Queijos e vinhos sem erro

Acerte na produção de seu "queijos e vinhos", evento preferido do brasileiro em dias frios

Roberta Malta, iG São Paulo
Foto: Getty ImagesNem todo vinho combina com queijo. Se quiser um tinto, prefira rótulos mais leves e frutados
“Que tal um 'queijos e vinhos' lá em casa?” Basta a temperatura cair um pouquinho, que a frase parece virar mantra. Em bares, clubes, salões de beleza... Só se fala nisso! É gostoso mesmo calçar botas e vestir o melhor casaco para tomar uma tacinha e comer gordurosos nacos de queijo com os amigos. Mas o que muita gente não sabe é que os dois itens, muitas vezes, não combinam entre si. Para ninguém precisar mudar de programa, o iG Comida dá dicas para você organizar o evento sem cometer pecados gastronômicos nem se tornar um chato.
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A primeira regra é relaxar. “É importante lembrar que o motivo do encontro é social, não de harmonização”, diz Mario Telles Jr, vice-presidente da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers) de São Paulo. Portanto, nada de encher a mesa com uma taça para cada tipo de vinho. Além de pouco prática, a providência pode intimidar o convidado. “O melhor é usar taças do tipo ISO (International Standards Organization)”, afirma Mario. Esse é o copo coringa no mundo de Baco, pensado para comportar qualquer tipo de vinho. O especialista garante que a quantidade de taças disponível no mercado é muito mais marketing do que propriamente uma necessidade – claro, estamos falando de consumidores comuns e não de experts.
Foto: Getty ImagesInvista nos vinhos brancos: a acidez da bebida ameniza a gordura dos queijos
Na hora de escolher o que vai à mesa, uma sugestão é optar pela combinação étnica. Em tese, produtos de determinada região têm afinidade natural com bebidas produzidas no mesmo terroir. Antes disso, porém, deve-se levar em consideração o fato de os tintos serem naturalmente perigosos no encontro com queijos. “Os mais fortes, por exemplo, ganham sabor metálico se consumidos com alguns tintos; e os de crosta florida, como brie e camembert, ficam amargos demais”, diz Mario. A saída é escolher rótulos mais leves, de sabor frutado -- como um Malbec da região de Mendoza, na Argentina, ou um Merlot --, e caprichar na oferta de brancos, cuja acidez ameniza a gordura dos queijos. 

Outra bebida benvinda nesse tipo de programa é o vinho de sobremesa, perfeito para os queijos azuis (roquefort e gorgonzola, por exemplo). Para completar a mesa, abuse dos tradicionais pães, frutas secas, mel, geleias, vinagres.
Harmonização descomplicada 

Acertar o cardápio é meio caminho andado para a festinha ser sucesso. Com exclusividade para o iG Comida, a sommèliere Daniela Bravin, do Ici Bistrô, em São Paulo, montou uma hamonização descomplicada de queijos e vinhos, só com itens fáceis de encontrar no mercado. Mas se alguém trouxer de presente a bebida errada, não se aperte. "Se o prazer do cara é dividir aquele vinho com os amigos, por que não servi-lo? ", diz ela. Nada mais deselegante, afinal, do que estragar a brincadeira.
Queijos fortes (roquefort e gorgonzola) com vinhos de sobremesa.
Queijos suaves (chèvre, emmental, gouda) com Chardonnay barricado do Novo Mundo.
Queijos cremosos (brie, camembert) com Riesling da Alsácia ou da Alemanha.
Queijos duros (parmesão, provolone) com Chianti clássico.



 
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O que é criação com apego?

Saiba mais sobre o movimento, conhecido em inglês como attachment parenting, que defende práticas não convencionais de cuidado com os filhos

Danielle Nordi - iG São Paulo  - Atualizada às 
Arquivo pessoal
Depois de sofrer muito para desmamar o filho mais velho, Elena decidiu praticar a criação com apego
O desmame de uma criança pode ser feito por volta dos seis meses de idade. Desde cedo o bebê deve aprender a dormir sozinho em seu próprio quarto. Evite pegar seu filho no colo sempre que ele começar a chorar para não mimá-lo muito. Certamente você já ouviu algum desses conselhos. Mas nem todas as mães concordam com essas orientações e tampouco pensam em colocá-las em prática.
“Quando tive meu primeiro filho procurei métodos que me ajudassem a criá-lo. Eu o deixava chorando para que ele aprendesse a dormir sozinho e vi que aquilo tinha um custo muito alto. Sofria terrivelmente com aquela situação”, conta a espanhola Elena de Regoyos, 31, que vive no Brasil há pouco mais de três anos. Mãe de três crianças, Elena desmamou o primeiro, Adriano, aos seis meses. Sofreu muito e decidiu que com o próximo seria diferente.

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10 motivos para amamentar seu bebê 

“Pesquisei e encontrei autores que falavam de um tipo de criação que fazia sentido para mim. Resolvi ouvir com mais sensibilidade as necessidades do meu bebê e entendi que a criança não é um ser manipulador. Ela apenas precisa de alguém”, diz. Elena teve outros dois filhos e hoje coloca em prática o que define, em suas próprias palavras, como “educação respeitosa”.
“Criação com apego não é método”
O que Elena chama de educação respeitosa vem se tornando conhecida no Brasil como “criação com apego”, uma tradução do que seria o “attachment parenting”, um movimento que ganhou nome e força com o pediatra americano William Sears duas décadas atrás.  Sears defende alguns princípios, como amamentar sempre que o bebê pedir, sem necessidade de intervalos de tempo pré-definidos, deixá-lo dormir na cama dos pais, carregá-lo bem próximo ao corpo com o auxílio do sling e não ter uma idade limite para o desmame.

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Antes de Sears, o psicólogo, psiquiatra e psicanalista John Bowlby propôs a teoria do apego, em meados de 1950, para explicar a formação do vínculo entre o bebê e seu cuidador, na maioria das vezes a mãe. Esse vínculo geraria consequências para o resto da vida. Dentro desta teoria seria fundamental que os pais estivessem emocionalmente disponíveis para criar o filho com um olhar mais sensível às suas necessidades.

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“A criação com apego não é um método. Ela não é um manual, não possui regras nem é uma técnica que ensina como criar os filhos. É um conceito amplo que envolve, sobretudo, a criação de pessoas seguras, autoconfiantes e empáticas, baseado no respeito aos comportamentos inatos de uma criança”, afirma Ligia Moreiras Sena, neurocientista doutora em neurofarmacologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Arquivo pessoal
Tamara ainda amamenta a filha de quatro anos: "é um momento especial para nós duas"
Ciência
Os adeptos da criação com apego recorrem à ciência para apoiar suas escolhas. Estudos internacionais mostram que o cuidado materno afetuoso na infância leva ao aumento de uma estrutura cerebral chamada hipocampo, envolvida no processamento da memória e do comportamento emocional.
“Muitos estudos mostram que somos os arquitetos dos cérebros de nossos filhos. Construímos uma estrutura de paz e calma através da maneira que respondemos aos choros e às necessidades das crianças”, afirma Lu Hanessian, jornalista, educadora parental e autora do livro “Let the Baby Drive”.
O psicólogo australiano Robin Grille, autor dos livros “Parenting For A Peaceful World” e  Heartto Heart Parenting”, faz coro. “São mais de vinte anos de pesquisas que suportam os princípios do Dr. Sears. Temos um entendimento muito melhor hoje do que um bebê precisa e sabemos que devemos responder prontamente às suas necessidades porque eles não têm a habilidade de esperar.”

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Amamentação e cama dos pais
Recentemente a revista americana TIME mostrou, em sua capa, uma mulher amamentando o filho de três anos. Responsável por opiniões conflitantes, a cena trouxe à tona o debate a respeito de uma idade limite para a amamentação. Segundo a criação com apego, ela não existe.
“Eu pensava que seria esquisito amamentar até um ano de idade, mas acabei chegando no terceiro ano naturalmente. Não era nada esquisito, era apenas nossa rotina”, conta Elena.
A obstetriz Tamara Hiller também encara com naturalidade a amamentação de crianças que já passaram dos dois anos de idade. “Minha filha tem quatro anos e meio e ainda mama de vez em quando, geralmente antes de dormir. É um momento especial para nós duas. Não sinto necessidade de desmamá-la. Vou deixar acontecer naturalmente. Esse fato pode ser chocante para outros, mas é muito natural para mim.”
Assim como ela, a bióloga Isabel Campos Salles Figueiredo, 30, foi muito além dos seis meses de amamentação. “Lara tem dois anos e meio e ainda mama. Descobri que não tinha que parar no sexto mês ao observar minha irmã. Ela me ensinou que o bebê pode sim mamar sob demanda e não devemos interromper esse processo até que a criança esteja pronta.”
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Além da amamentação, Isabel também não vê problema em outro princípio da criação com apego: a criança dormir na mesma cama dos pais. “As pessoas pensam muito na vida sexual do casal e não é isso que importa. Tem muitas outras maneiras de namorar. Deixar seu filho dormir na sua cama não implica em abandono do sexo. A vida de um casal com criança muda, mesmo que ela não durma na mesma cama dos pais”, enfatiza.
Limites
“A criação com apego diz respeito a bebês. Com os mais velhos temos que aprender a impor limites, claro. O bebê é uma criatura para quem você precisa dizer ‘sim’ o tempo inteiro. Mas para crianças mais velhas é preciso dosar ‘sim’ com ‘não’”, responde Robin Grille à crítica social feita aos pais que respondem prontamente a todas as necessidades dos filhos.
“Existem diferentes formas de se ensinar uma criança a respeitar seus próprios limites e os dos outros. Geralmente os pais ensinam o ‘não’ pelo ‘não’. Isso não ensina limite. Ensina autoritarismo e medo. Não podemos menosprezar a capacidade das crianças. Os pais devem explicar as razões pelas quais a criança pode ou não fazer algo. Agindo assim, ensina-se não somente limites, mas a ouvir e ser ouvido, a respeitar e ser respeitado. Dessa maneira, é possível compreender porque essa forma de criação exclui veementemente a punição moral, física e psíquica”, defende Ligia. 

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