Bonita, divertida e veloz, Rosângela Santos quer fazer história
Velocista busca tornar-se a primeira brasileira numa final olímpica dos 100 m rasos, prova nobre do atletismo
São apenas 11 segundos, mas é difícil não notar a passagem de Rosângela Santos pela pista de atletismo. A bela de 1,66m e 61kg capricha no visual na hora de se posicionar no bloco de largada. Com brincos dourados, maquiada e de meião de futebol, a brasileira que nasceu nos Estados Unidos vem se destacando nos 100 m rasos.
Nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no ano passado, conquistou a medalha de ouro, o que não acontecia com uma brasileira desde a edição de 1983, em Caracas, com Esmeralda de Jesus. Agora, aos 21 anos, Rosângela quer alcançar a final da prova nas Olimpíadas de Londres 2012, feito inédito para o atletismo brasileiro. “Meu objetivo é chegar na final”, conta a atleta, que fez o índice no último domingo, no GP do Brasil, no Rio, cidade onde mora desde que se mudou dos Estados Unidos para tratar de uma pneumonia, quando tinha 1 ano.
Rosângela acabou ficando no Brasil e não se arrepende de deixar o país que produz velocistas de peso. “Nunca pensei em treinar lá. Sei que a estrutura é melhor, mas não tive vontade de ir”, diz a atleta, que mora com a tia Maria das Graças. Os pais brasileiros ainda vivem nos Estados Unidos, mas Rosângela só tem contato com a mãe.
Embora diga que a preocupação com o visual é apenas parte do seu ritual antes de competir, quem vê Rosângela antes ou depois de uma prova percebe o quão estilosa ela é, e divertida também. Após vencer os 100 m no GP São Paulo, há duas semanas, numa noite muito fria, soltou essa: “O frio é bom porque não sai a maquiagem”. Depois, explicou: “Me cuido sempre e gosto de estar maquiada, mesmo que não seja muito, mas também não morro se não fizer...”.
A ideia de correr usando meião foi para agradar o noivo Phellippe, com quem está há nove meses. “Ele é ciumento e disse que a roupa de competição é curta demais. Aí resolvi colocar o meião. Gostei do resultado”, brincou. O novo look de Rosângela, para tristeza de Phellippe, acabou destacando ainda mais as curvas da corredora.
A marca de 11s21, que lhe garantiu nas Olimpíadas, é a melhor de Rosângela na prova. Se tivesse corrido os 100 m nos Jogos de Pequim, em 2008, esse tempo a colocaria na final. Rosângela esteve em Pequim, mas não tinha índice para correr a prova. Ela fez parte da equipe do revezamento 4x100 m, que terminou na quarta colocação. Neste ano, as meninas vão em busca da inédita medalha.
No Mundial de Daegu, na Coreia do Sul, no ano passado, Rosângela chegou à semifinal, com 11s61. No Pan, melhorou e faturou o ouro com 11s22. A mulher mais rápida do mundo em 2012 é a americana Carmelita Jeter, com 10s81. Das dez primeiras colocadas no ranking, cinco são dos EUA e três da Jamaica. A superioridade desses países nas provas de velocidade é enorme, mas Rosângela ainda é nova e pode sonhar alto. Sem perder o charme, claro.
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